27/03/2024
“A mulher é um homem incompleto, um homem castrado” (Aristóteles, sec. III a.C.).
“Deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que ódio de um homem” (Sócrates, sec. IV a.C.).
“Fraqueza, teu nome é Mulher” (Shakespeare, sec. XVI).
“O melhor movimento feminino é o dos quadris” (Millôr Fernandes, sec. XX)
“Infelizmente, existe esse movimento feminista” (Robinho, sec. XXI).
HOMENS, não somos objetos seus, tampouco suas inimigas, nossa luta não têm como objetivo diminuí-los, buscamos o reconhecimento enquanto semelhantes, como humanas, simplesmente como Mulheres.
MASCULINOS, vocês ao longo da história travaram todas as batalhas, menos a da igualdade entre os sexos. Já pensaram sobre isso? Ainda há tempo!
PATRIARCAS, brincadeiras e humor que diminuem as mulheres em vários aspectos assim como ridiculariza as minorias de modo geral, preciso dizer-lhes, NÃO TEM GRAÇA, reduzir o cognitivo feminino em função da exaltação de seu corpo, não merece palco, menos ainda aplausos.
Enquanto sociedade, estamos inseridos no contexto em que o Homem por si só, é um ACONTECIMENTO, enquanto a mulher é um SILÊNCIO. QUERO falar-lhes, que ser SILENCIADA não é confortável, sofrer calada por medo da opressão é o maior dos ABUSOS, afinal este engaveta os demais.
NÃO estamos em busca de status por status, mas pelo reconhecimento, em poder exercer um Direito que a Constituição nos deu, já que foi nos tirado, por favor, DEIXEM NOS LIVRES.
“MENINOS”, quando gritamos para sermos ouvidas, nos expomos para ser vistas, nem deveria explicar, MAS, NÃO somos loucas, estamos apenas dizendo que temos vontade própria, não carecemos de DONOS, de DOMINADORES, mas agradeceremos se aceitarem serem simplesmente humanos, parceiros da mesma espécie em busca de dias melhores.
QUERIDOS, podemos gostar de carros, oficina, política, cavalos, futebol, usar cabelos curtos, não queremos ser vocês por isso, estamos apenas exercendo nossas vontades, ideias e pensamentos.
A MASCULINIDADE de dominação imposta a vocês, o excesso de virilidade que lhes cobram, eu sei, é um fardo! Para alguns uma desculpa. Nessa batalha, que tal uma união? Assim, vocês aliviam-se dessa carga e nos deixam livres. Se você não se sente sobrecarregado com essa imposição, cuidado, você é um potencial perigo para você e ao próximo.
ARISTÓTELES, com licença, vou lhe contrariar, embora você tenha dito há 2.300 anos, apesar do tempo, o respeito ao próximo deve ser atemporal e infinito, SOMOS COMPLETAS, e queria muito lhe dizer que o HOMEM deixa de ser completo quando CASTRA a ideia do próximo, quando silencia os sentimentos. E não quando deixa de produzir a TESTOTERONA.
CARO “ARI”, somos diferentes de fato, mas essas diferenças nos unem, e jamais deveriam ser objetos para produzir desigualdades de DIREITOS.
SÓCRATES, obrigada pelo legado que deixaste, quero muito lhe conhecer melhor. No entanto baseado no que você nos deixou: “sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância”. O Senhor ainda não tinha alcançado sua sabedoria, afinal nenhum AMOR deverá ser temido, o AMOR é AMOR, seja de um HOMEM ou de uma MULHER.
SHAKESPEARE, você me ganhou em “A megera (in)domada”, pela perspicácia, pela teimosia e simplicidade dos personagens, atualmente percebo que aquele humor tinha pitadas de preconceito, entendo estou lendo seu trabalho a 500 anos, mas gostaria de lhe informar que vou continuar a beber da sua fonte, alterando para tanto quaisquer situações de mulheres subjugadas em suas obras. Não queremos ser domadas, mas entendidas, não somos megeras por não aceitar um comportamento social da sua cultura, queremos ser nós mesmas.
THE BARD, WILLIAN, SHAKESPAERE, aquele momento em que o Ilustre disse: “FRAQUEZA, seu nome é mulher”, perdoe-se por isso, a verdadeira fraqueza é não reconhecer a FORTALEZA dos nossos próximos.
A FOGUEIRA SANTA nunca se apagou, somos queimadas diariamente, ainda assim, permanecemos resistentes, não com o escopo de mostrar quem somos, mas para que HOMENS ETERNOS como você possa desnudar de pensamentos machistas, reconhecendo a completude do SER humano.
AO BRASILEIRO, Millôr Fernandes, um POETA, jamais deveria usar da sua arte para atingir o desconhecido, sua fala, me faz acreditar que o DANI ALVES e ROBINHO compactuam de seus pensamentos, e assim agem de acordo com as suas convicções.
Millôr, você se foi, e penso que não conheceu a essência humana, quiçá da alma FEMININA, se um simples movimento de quadril lhe parece inesquecível, lamento ter se despedido de nosso solo, sem aderir ao verdadeiro MOVIMENTO FEMININO. Sinto muito que HOMENS com lugar de fala, ainda necessita diminuir o valor da MULHER em função da sua MASCULINIDADE de dominação.
HOMENS quando vocês entenderem que essa dominação também é uma violência contra VOCÊS... poderão serem LIVRES do preconceito, e não mais serão escravos dos seus gêneros.
SEJAM JUSTOS, APENAS
Ana Cláudia Castro Fortaleza, março de 2024